Mensagem

MEU PRÓXIMO

MSG

       
      Em nossa visão comum, a apalavra “próximo” se refere a algo que está perto. Mas, no mundo espiritual essa expressão indica também aquele que usa de solidariedade conosco, mesmo em se tratando de um inimigo, que movido pela bondade do coração, nos ajuda quando estamos em dificuldade. Portanto, devemos entender que o fato de uma pessoa ter opiniões divergentes da nossa, não é um indicativo de que ela é má. Isto acontece porque Deus nos criou com o direito de livre-arbítrio, ou seja, de seguir os caminhos que achamos mais conveniente. Esse ensinamento foi dado por Jesus, quando o fariseu teve dúvidas, sobre quem era o próximo referido nos dois maiores mandamentos que devemos praticar para cumprir a lei de Deus (Mt. 22: 36 a 40). Veja o exemplo que o Senhor deu para ensinar quem devemos considerar como nosso próximo. Ele exemplifica a solidariedade de um samaritano para com um judeu que fora abatido por malfazejos, e estava caído, devido aos muitos ferimentos que sofrera, mostrando que muitas vezes nosso próximo não é o que aquele que está perto, ou que pensa como nós. Eis o texto:

      “... um samaritano, que ia de viagem, ... vendo-o, moveu-se de íntima compaixão; E, ... atou-lhe as feridas, deitando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o sobre o seu animal, levou-o para uma estalagem, e cuidou dele; E, partindo no outro dia, tirou dois dinheiros, e deu-os ao hospedeiro, e disse-lhe: Cuida dele; e tudo o que de mais gastares eu to pagarei quando voltar.” (Lc. 10: 33-34-35).   

    Jesus mostra que o samaritano, mesmo sendo inimigo, usou de compaixão para com o judeu necessitado, numa demonstração clara de que a solidariedade está acima de nossas divergências individuais. Portanto, o próximo referido no grande mandamento, não é aquele que está perto fisicamente de nós; mas aquele que, mesmo tendo opinião diferente da nossa, usa de compaixão para com nós. No exemplo, o Senhor mostra que um sacerdote e um levita passaram por perto e não deram socorro ao homem caído, deixando claro que nosso próximo é aquele que se compadece de nossos sofrimentos, e usa de misericórdia conosco. A esse, devemos amar como a nós mesmos. Esse mandamento aponta para o braço da cruz do cristão, sendo que a haste da cruz é representada quando amamos a Deus sobre todas as coisas. Veja o texto:

      “E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” (Mt. 22: 37-38-39).

       Portanto, o tipo de amor a que Jesus se referiu não é um amor comum que formamos entre aqueles que convivem com nós. É um amor especial que devemos dispensar àqueles, cujo coração compadeceu de nós, e nos amou irrestritamente. É semelhante ao amor de Deus, que concede o perdão sem olhar para o tipo de pecado que temos cometido. Esse amor é aquele que não olha para nossos próprios interesses (1 Co. 13: 5). Assim, para ser um verdadeiro seguidor de Cristo, devemos levar nossa cruz cumprindo os mandamentos conforme ele ensinou, e não como o mundo acha. Na cura dos dez leprosos, a bíblia mostra que muitas vezes aquele que não segue religião alguma são mais solidários que os que se dizem religiosos (Lc. 17: 11 a 19).

      Que o Senhor a quem servimos possa falar melhor ao seu coração.
 
                                                         Natanael de Souza